terça-feira, 24 de setembro de 2019

"SETEMBRO AZUL"



VOCÊ SABIA QUE EM SETEMBRO, COMEMORA-SE O
"SETEMBRO AZUL"

A escolha do mês de setembro para esse movimento não foi feita por acaso. O mês tem datas importantes para a comunidade surda, sejam elas lembranças das perdas do passado ou celebrações das conquistas:
6/09 e 11/09: lembram o Congresso de Milão de 1880, marco triste para esta comunidade. no qual foi proibido o uso das Línguas de Sinais na Educação dos Surdos.
Dia 10 – Dia Mundial da Língua de Sinais.
23/09: Dia Internacional das Línguas de Sinais. No Brasil, a data estimula a discussão da falta de acessibilidade em Libras tanto nos ambientes físicos..
26/09Dia Nacional do Surdo. O dia foi escolhido por ser a data de fundação do INES (Instituto Nacional de Educação de Surdos), a primeira escola para surdos do Brasil!
30/09Celebra o Dia do Tradutor, no qual são feitas várias homenagens aos Intérpretes de Libras.
30/09: Dia Internacional do Surdo.


Por que Azul?
Durante a Segunda Guerra Mundial os nazistas identificavam as pessoas com deficiência com uma faixa azul no braço.
Em 1999, no XIII Congresso Mundial da Federação Mundial de Surdos, na Austrália, aconteceu a Cerimônia da Fita Azul (Blue Ribbon Ceremony), em lembrança dos surdos que foram vítimas da opressão. Neste evento, o Dr. Paddy Ladd (surdo), usou pela primeira vez a fita de cor azul como símbolo do movimento. Atualmente usa-se a cor azul turquesa.

             Vamos relembrar algumas das conquistas da Comunidade Surda:


      Lei Nº 10.436 de 24 de abril de 2002 – LIBRAS é reconhecida como meio legal de comunicação e expressão. 
      Decreto Nº 5.626 de 22 de dezembro de 2005 regulamenta a inclusão da LIBRAS como disciplina curricular, a formação do professor e instrutor de LIBRAS, o uso da LIBRAS para o acesso a educação, a formação do Tradutor Intérprete de LIBRAS, direito à educação e saúde as pessoas surdas ou com deficiência auditiva.
      Lei N° 12.319 de 1º de setembro de 2010 regulamenta a profissão de Tradutor e Intérprete da Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS.




História "Os três porquinhos" em Libras


História "Branca de neve" em Libras


Polo de Surdez


ESCOLA POLO

Em 2008 foram iniciadas discussões sobre o atendimento dos alunos com surdez nas escolas comuns, buscando atender tanto à solicitação de algumas famílias que optaram por matricular seus filhos nestas escolas (comuns) quanto às orientações da Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação inclusiva instituída no mesmo ano. Em 2010 a administração aderiu à proposta do Ministério da educação que contempla o Atendimento Educacional Especializado – AEE para alunos com surdez nas escolas comuns nas seguintes modalidades: AEE de Libras, AEE em Libras e AEE de língua portuguesa como segunda língua.
       Entre os anos de 2010 e 2013 foram realizadas reuniões com diversos atores envolvidos na educação das pessoas com surdez, como familiares, dirigentes da Secretaria de Educação, professoras do AEE e das classes comuns, diretoras, coordenadoras pedagógicas, orientadoras pedagógicas, psicólogas e fonoaudióloga, com o objetivo de discutir as condições em que seria feito o atendimento dos alunos com surdez nas escolas comuns.
Essas discussões culminaram no ano de 2012 com a instituição das chamadas Escolas Polo, nome escolhido pela Secretaria de Educação para designar as escolas comuns da rede que teriam a estrutura adequada para o atendimento dos alunos, incluindo os alunos com surdez, tendo, portanto, como princípio basilar, o ensino bilíngue. Então em 2012 a EMEB Padre Manuel da Nóbrega passa a ser Escola Polo de Surdez, atendendo o público da Educação Infantil, em 2015 iniciou o contraturno e o atendimento continuou até 2018, tal organização teve como objetivo assegurar o desenvolvimento linguístico e a construção da identidade das crianças surdas. Em 2017 o polo passou a ter um coordenador pedagógico específico.
Em 2019 a Secretaria de Educação mudou a escola polo de surdez – infantil, para a EMEB Olavo Bilac.
Nesta U.E As crianças começam sua jornada na escola às 8 horas na classe comum, em que contamos com uma professora especialista em educação de surdos e atua em uma perspectiva colaborativa com a professora da classe e realiza mediações para os alunos que apresentam surdez e o grupo da classe.
11h eles almoçam e 11h30 eles repousam, após o descanso eles são atendidos no contraturno para aprendizagem específica de Libras.
As Escolas Polo têm como proposta a perspectiva Bilíngue, favorecem a convivência das crianças surdas entre si e com as ouvintes, respeitando a especificidade linguístico-cultural, assim como seu desenvolvimento social. Corroborando com esta concepção o documento do MEC (2014) afirma:      
A Educação Bilíngue de surdos envolve a criação de ambientes linguísticos para a aquisição da Libras como primeira língua (L1) por crianças surdas, no tempo de desenvolvimento linguístico esperado e similar aos das crianças ouvintes, e a aquisição do português como segunda língua (L2).
Para que a proposta bilíngue seja efetiva dentro da EMEB Olavo Bilac, serão ofertadas:

·         AEE - mediação
O professor de Educação Especial habilitado ou o professor especialista em Libras e Educação de Surdos serão mediadores e referência na língua, mediando à professora da classe comum, as crianças ouvintes e as crianças surdas, garantindo a circulação da língua de sinais dentro da sala de aula.
A parceria entre os dois profissionais é fundamental para o sucesso dessa forma de atuação, que se dá nos momentos de planejamento, seleção e elaboração de recursos e avaliação.  É fundamental que o professor regente da turma se aproprie da língua brasileira de sinais e outras formas de comunicação que possibilitem sua intervenção com as crianças surdas, de modo que esses não constituam um grupo a parte dentro da sala de aula sob a responsabilidade do professor especialista. Da mesma forma deve-se favorecer que a comunicação ocorra entre todos os alunos, oferecendo-se aos ouvintes, conhecimentos iniciais de Libras e de outros recursos de comunicação, sendo esta uma ação também do professor de AEE. (Documento Orientador para o Atendimento Educacional Especializado 2019).

·         AEE para o ensino de Libras:

O AEE de Libras refere-se à aquisição da língua brasileira de sinais – Libras -  sendo para a pessoa com surdez sua língua natural.
O objetivo deste trabalho é promover a aquisição da Libras, em contexto, articulando-se com o trabalho pedagógico do ensino regular, uma vez que o conteúdo deste trabalho é semelhante ao desenvolvido na sala de aula comum. A semelhança justifica-se, pois, embora seja um trabalho articulado com o período da tarde, nada impede que o professor proponha outras atividades às crianças, favorecendo assim a aquisição da língua de sinais.
Outra questão imprescindível refere-se à organização didática desse espaço de ensino, que implica o uso de muitos recursos visuais e de todo tipo de referências que possam colaborar para a compreensão dos conteúdos curriculares em estudo na sala de aula comum.
Em nenhum momento esse atendimento é um treinamento, uma repetição do conteúdo, trata-se de uma exploração do conteúdo em libras e com um professor com surdez, momento em que o aluno tem a oportunidade de, no seu canal privilegiado de compreensão, expandir o que está sendo ensinado na aula;
O contato da criança com surdez com seus pares e com o professor com surdez, possibilita e permite construir a compreensão da sua “diferença”, e, assim, de sua própria identidade. (MEC 2006)

A presença de um professor/instrutor com surdez proporcionará à criança a aquisição da LIBRAS e o desenvolvimento do processo de identificação com seu semelhante. Dessa forma, ela também aprenderá a conviver e aceitar a diferença, desenvolvendo a autoestima. (MEC, 2006, p.23)