ESCOLA POLO
Em 2008 foram iniciadas discussões sobre o
atendimento dos alunos com surdez nas escolas comuns, buscando atender tanto à
solicitação de algumas famílias que optaram por matricular seus filhos nestas
escolas (comuns) quanto às orientações da Política Nacional de Educação
Especial na perspectiva da Educação inclusiva instituída no mesmo ano. Em 2010
a administração aderiu à proposta do Ministério da educação que contempla o
Atendimento Educacional Especializado – AEE para alunos com surdez nas escolas
comuns nas seguintes modalidades: AEE de Libras, AEE em Libras e AEE de língua
portuguesa como segunda língua.
Entre os anos de 2010 e 2013 foram
realizadas reuniões com diversos atores envolvidos na educação das pessoas com
surdez, como familiares, dirigentes da Secretaria de Educação, professoras do
AEE e das classes comuns, diretoras, coordenadoras pedagógicas, orientadoras
pedagógicas, psicólogas e fonoaudióloga, com o objetivo de discutir as
condições em que seria feito o atendimento dos alunos com surdez nas escolas
comuns.
Essas discussões culminaram no ano de 2012 com a
instituição das chamadas Escolas Polo, nome escolhido pela Secretaria de
Educação para designar as escolas comuns da rede que teriam a estrutura adequada
para o atendimento dos alunos, incluindo os alunos com surdez, tendo, portanto,
como princípio basilar, o ensino bilíngue. Então em 2012 a EMEB Padre Manuel da
Nóbrega passa a ser Escola Polo de Surdez, atendendo o público da Educação
Infantil, em 2015 iniciou o contraturno e o atendimento continuou até 2018, tal organização teve como objetivo assegurar
o desenvolvimento linguístico e a construção da identidade das crianças surdas.
Em 2017 o polo passou a ter um coordenador pedagógico específico.
Em 2019 a Secretaria de
Educação mudou a escola polo de surdez – infantil, para a EMEB Olavo Bilac.
Nesta U.E As crianças
começam sua jornada na escola às 8 horas na classe comum, em que contamos com
uma professora especialista em educação de surdos e atua em uma perspectiva
colaborativa com a professora da classe e realiza mediações para os alunos que
apresentam surdez e o grupo da classe.
11h eles almoçam e 11h30
eles repousam, após o descanso eles são atendidos no contraturno para
aprendizagem específica de Libras.
As Escolas Polo têm como
proposta a perspectiva Bilíngue, favorecem a convivência das crianças surdas
entre si e com as ouvintes, respeitando a especificidade linguístico-cultural,
assim como seu desenvolvimento social. Corroborando com esta concepção o
documento do MEC (2014) afirma:
A Educação Bilíngue de
surdos envolve a criação de ambientes linguísticos para a aquisição da Libras
como primeira língua (L1) por crianças surdas, no tempo de desenvolvimento
linguístico esperado e similar aos das crianças ouvintes, e a aquisição do
português como segunda língua (L2).
Para que a proposta
bilíngue seja efetiva dentro da EMEB Olavo Bilac, serão ofertadas:
·
AEE - mediação
O professor de Educação
Especial habilitado ou o professor especialista em Libras e Educação de Surdos
serão mediadores e referência na língua, mediando à professora da classe comum,
as crianças ouvintes e as crianças surdas, garantindo a circulação da língua de
sinais dentro da sala de aula.
A parceria entre os dois
profissionais é fundamental para o sucesso dessa forma de atuação, que se dá
nos momentos de planejamento, seleção e elaboração de recursos e
avaliação. É fundamental que o professor
regente da turma se aproprie da língua brasileira de sinais e outras formas de
comunicação que possibilitem sua intervenção com as crianças surdas, de modo
que esses não constituam um grupo a parte dentro da sala de aula sob a
responsabilidade do professor especialista. Da mesma forma deve-se favorecer
que a comunicação ocorra entre todos os alunos, oferecendo-se aos ouvintes,
conhecimentos iniciais de Libras e de outros recursos de comunicação, sendo
esta uma ação também do professor de AEE. (Documento Orientador para o
Atendimento Educacional Especializado 2019).
·
AEE
para o ensino de Libras:
O AEE
de Libras refere-se à aquisição da língua brasileira de sinais – Libras - sendo para a pessoa com surdez sua língua
natural.
O objetivo deste
trabalho é promover a aquisição da Libras, em contexto, articulando-se com o
trabalho pedagógico do ensino regular, uma vez que o conteúdo deste trabalho é
semelhante ao desenvolvido na sala de aula comum. A semelhança justifica-se,
pois, embora seja um trabalho articulado com o período da tarde, nada impede
que o professor proponha outras atividades às crianças, favorecendo assim a
aquisição da língua de sinais.
Outra questão
imprescindível refere-se à organização didática desse espaço de ensino, que
implica o uso de muitos recursos visuais e de todo tipo de referências que possam
colaborar para a compreensão dos conteúdos curriculares em estudo na sala de
aula comum.
Em nenhum momento esse atendimento é um
treinamento, uma repetição do conteúdo, trata-se de uma exploração do conteúdo
em libras e com um professor com surdez, momento em que o aluno tem a
oportunidade de, no seu canal
privilegiado de compreensão, expandir o que está sendo ensinado na
aula;
O contato da criança com surdez com seus pares e
com o professor com surdez, possibilita e permite construir a compreensão da
sua “diferença”, e, assim, de sua própria identidade. (MEC 2006)
A presença de
um professor/instrutor com surdez proporcionará à criança a aquisição da LIBRAS
e o desenvolvimento do processo de identificação com seu semelhante. Dessa
forma, ela também aprenderá a conviver e aceitar a diferença, desenvolvendo a
autoestima. (MEC, 2006, p.23)
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